A voz da nova geração do funk
Cabelinho tá aí. Está na sua playlist de funk e na televisão da sua casa. MC Cabelinho tem 24 anos e saiu do complexo Pavão-Pavãozinho e Cantagalo (PPG) para levar ao público a realidade das favelas cariocas. Muito do que viu também o ajuda a interpretar o personagem Farula, na novela “Amor de Mãe”, às 21 horas na TV Globo. Embora esteja dando vida a um traficante na ficção, sua mensagem na música é de perseverança e alegria.
Em 8 anos de carreira, o MC já lançou hits como “Toda Hora”, “Era Uma Vez”, “Zona Sul”, “Vamos Fugir” e “Que maravilha”. Ele é da vertente do funk consciente, com letras mais elaboradas sobre a própria vivência e repleto de críticas sociais. Para conhecer um pouco da sua história, basta ouvir a música “Em Busca da Meta”, em que conta a sua origem e as suas vitórias. São mais de 40 canções na rua, conquistando um público assíduo e fazendo 25 shows por mês em todos os estados do Brasil.
MC Cabelinho - apelido dado devido ao seu cabelo espetado - é uma das maiores revelações do funk, com mais de 2,6 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 1,6 milhão de seguidores no Instagram. Apesar de jovem, tem o aval de toda a comunidade do gênero por misturar o antigo com o novo, ser eclético e não largar as raízes. Prova disso são as suas parcerias, desde MC Tikão, MC Orelha e MC Bração, até a cantora Anitta, na música “Até O Céu”, lançada em dezembro de 2019.
Antes de se tornar ator, MC Cabelinho já gostava de sair da sua zona de conforto. Depois de um convite do Rapper Bril, que resultou na canção “Problema Grande”, mais portas se abriram para o rap. Alguns dos trabalhos já realizados são os feats “Aqui comigo”, “Reunião de Negócios”, “Senta Vai” e o fenômeno da gravadora Pineapple “Poesia Acústica 6”, que começa com sua frase mais famosa (Cabelinho tá aí) e já acumula mais de 80 milhões de plays no Spotify e 240 milhões de views no YouTube.
Depois do sucesso com o Poesia Acústica, MC Cabelinho foi chamado pela mesma gravadora independente para integrar o projeto “Poetas no Topo”. Há 3 anos, a Pineapple reúne MCs de várias regiões do país para um cypher. Em dezembro de 2019, foi a vez dele fazer a sua rima sobre o Rio de Janeiro: “nós não vive/nós sobrevive/A guerra existe/a cena é triste/meu povo tá doente”.
Para o cantor que, hoje, circula entre o funk e o rap, é possível encontrar muito em comum nos dois gêneros. “Qualquer gênero musical que eu puder participar será uma nova oportunidade de aprender, mas o funk é onde me encontro de verdade”, conta MC Cabelinho.
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