Samantha Schmütz se junta à Nação Zumbi para dar novo sentido à canção eternizada por Ney Matogrosso
Música estará disponível nas plataformas digitais na sexta-feira, 17
A música “Homem com H” foi escrita na década de 1970 por Antônio Barros, compositor paraibano que se sentiu inspirado depois de assistir uma peleja entre o coronel Odarico e Zeca Diabo na novela ‘O Bem Amado’. Em 1981, os versos “nunca vi rastro de cobra, nem couro de lobisomem” ganharam cunho político na voz de Ney Matogrosso, que, com sua performance, contestava uma identidade e um valor moral da época. Hoje, galgando a escala, parece que a letra de Antônio chega ao grau definitivo de potência sendo regravada pela multiartista Samantha Schmütz e a Nação Zumbi.
Chico Science & Nação Zumbi ficaram popularmente conhecido, na década de 1990, pela capacidade de unir elementos típicos do cancioneiro nordestino a ritmos e tendências internacionais. A explosão criativa da época, que culminou no movimento chamado Manguebeat, é contextualizada por muitos pesquisadores como resultado da mescla cultural presente na cidade de Recife.
E a volta da Nação Zumbi ao nordeste e à sua potência parece ser uma resposta à altura de tudo o que está acontecendo. Em um momento de isolamento em que crescem os casos de feminicídios no mundo, quando Samantha Schmütz canta “porque eu sou é homem, porque eu sou é homem”, parece que ela está segurando o choro de muitas mulheres escondidas nesses dados. No país em que o próprio presidente fala que sua filha nasceu depois de uma “fraquejada”, é preciso ter muita força para carregar o corpo feminino.
No mais, a parceria entre Samantha Schmütz e Nação Zumbi nunca deu tanto sentido ao Brasil de quarentena, cujo lema pode ser: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
O single chega em todas as plataformas de música no dia 17 de julho.
Ficha Técnica:
A música foi gravada por Samantha Schmutz (voz) & Nação Zumbi: Jorge Du Peixe (voz), Dengue (baixo), Lucio Maia (guitarra), Pupillo (bateria), Toca Ogan (percussão), Tom Rocha, Marcos Matias, e Gustavo da Lua (Alfaias) e a participação de Herlon Braz (sanfona), em fevereiro de 2018, no estúdio Rootsans em São Paulo e mixada por Rodrigo Sanches.
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